Durante as Guerras Napoleônicas (1792-1814), o norte e a
região central da Itália foram invadidos e reorganizados como um novo Reino da
Itália, um Estado vassalo (um Estado que
é econômica, política ou militarmente subordinado a um outro mais poderoso) do
Império Francês, no qual Napoleão Bonaparte era o Rei. A capital estava em
Milão, e abrangia principalmente as atuais regiões italianas da Lombardia,
Emília-Romanha e, marginalmente, Vêneto e Toscana. A metade sul da península
foi administrada primeiro por José Bonaparte e depois por Joachim Murat,
respetivamente irmão e cunhado de Napoleão, que foram coroados como reis de
Nápoles.
Por isso, a partir de 1806, com a anexação dessas regiões ao
Império Francês, foi introduzido, na Itália, o Código Civil e o Registro Civil
Napoleônico, que permaneceu em vigor até 1815. Esse Registro Civil foi
organizado com base no modelo francês , com anotações de nascimentos,
casamentos e atestados de óbito.
Após a queda do Império Napoleônico (com o fracasso na
Batalha de Waterloo), esse sistema de registro civil foi abolido e os
documentos dessa época foram depositados nos arquivos estatais.
A Itália contemporânea só veio a nascer como um Estado
unitário em 17 de março de 1861, quando a maioria dos estados da península e as
duas principais ilhas foram unidas sob o governo do rei da Sardenha Vítor
Emanuel II da Casa de Saboia (o arquiteto da unificação da Itália foi o
primeiro-ministro da Sardenha, conde Cavour, que apoiou - embora não
reconhecendo diretamente - Giuseppe Garibaldi, o que permitiu a anexação do
Reino das Duas Sicílias pelo Reino da Sardenha-Piemonte).
Em 1866 a Itália anexou o Vêneto, até então em posse do
Império Austríaco e conquistou Roma em 1870. Mas a unificação italiana só se
completou depois dos tratados de paz, após a Primeira Guerra Mundial, com com a
anexação do Trentino, Trieste, a Ístria e Fiume.
Portanto, o Registro Civil Italiano só foi instituído em
1865/66 em todos os municípios italianos. Como conseqüência, há uma grande
dificuldade para se conseguir documentos relativos a fatos que ocorreram entre
1815 até 1866, uma vez que eles se encontram arquivados nos respectivos
comunes, em situações particulares, que nunca se sabe ao certo quais são.
A título de curiosidade, nessa época do Stato Civile
Napoleonico, e, em se tratando de nossa família Simionato, no Comune di Zermán
e Bonisiolo, em Treviso, nosso antenato GIROLAMO SIMIONATO era o Ufficiale
dello Stato Civile.
Assim, em todos os documentos assinados por ele, naquela
época e local, a divisão administrativa era descrita assim: assim:
Regno d'Italia, Dipartimento del Tagliamento, Distretto di
Treviso, Canton di Treviso, Comune di Zerman e Bonisiol.
Regno d'Italia, Dipartimento del Tagliamento, Distretto di
Treviso, Canton di Treviso, Comune di Zerman e Bonisiol.
Texto escrito por: Lucy Woellner dos Santos – Socióloga (UFPR), com especialização em Planejamento Governamental (IPEA) e em História (UEL). Mestre em administração/Organizações e Gestão e Doutora em Engenharia de Produção pela UFSC.
Texto escrito por: Lucy Woellner dos Santos – Socióloga (UFPR), com especialização em Planejamento Governamental (IPEA) e em História (UEL). Mestre em administração/Organizações e Gestão e Doutora em Engenharia de Produção pela UFSC.